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CAMPINAS, SÃO PAULO, Brazil
O CIMEI 11 É COMPOSTO POR DUAS EMEIS, "MARIA DE LOURDES", NO BAIRRO SANTA TEREZINHA COM 120 CRIANÇAS ENTRE 3 A 6 ANOS E "APÓSTOLO PAULO" NO PARQUE SÃO PAULO COM 60 CRIANÇAS DA MESMA FAIXA ETÁRIA.

sábado, 22 de março de 2014

Sete erros dos pais na hora de impor limites Os equívocos mais comuns dos adultos quando as crianças precisam ouvir um “não” – e as dicas para evitá-los Renata Losso - especial para o iG São Paulo “Filho, se você não parar com isso agora...”. Muitos pais já devem ter usado esse conhecido início de frase em tentativas frustradas de impor limites aos filhos. Logo depois, pode seguir uma ameaça de palmada ou de castigo. Funcionaria? Provavelmente não. Ser permissivo tampouco é uma solução. Para os pais não acharem que estão em um beco sem saída, listamos alguns dos erros mais comuns cometidos nestas horas. Saiba quais são e como evitá-los. 1. Não faça ameaças se não for cumpri-las Antes de dizer que o filho desobediente ficará sem sorvete até o ano que vem, os pais precisam pensar – de verdade – se poderão cumprir a promessa. Ameaçar e não cumprir, para o psicólogo Caio Feijó, autor do livro “Pais Competentes, Filhos Brilhantes – Os Maiores Erros dos Pais na Educação dos Filhos e os Sete Princípios Fundamentais para Prevenir essas Falhas” (Novo Século Editora), gera filhos que perdem o respeito pelos pais. Se ele não se comportou direito, melhor vetar aquela festinha do amigo que está próxima – e cumprir – do que proibir que ele jogue videogame para sempre. Dica: Transforme ameaças em avisos, passando a mensagem sem violência. 2. Não ceda Não vale ser indulgente com a indisciplina do filho porque você trabalha fora e se sente culpada, nem por achar que ele deixará de amá-la – medos bem comuns, segundo a psicóloga Dora Lorch, autora do livro “Superdicas para Educar bem seu Filho” (Editora Saraiva). Se uma posição foi determinada, não volte atrás. A postura, segundo Caio Feijó, é essencial para as crianças não serem tão resistentes com os limites impostos. Dica: Leve em consideração se o seu filho está passando por um momento difícil – como a perda de um animal de estimação. 3. Evite recompensas O comportamento adequado não é uma moeda de troca. Os pais não devem prometer um brinquedo novo para o filho se comportar em um restaurante. “Dessa forma ele acreditará que tudo na vida se resolve negociando”, afirma a psicóloga e pedagoga Regina Mara Conrado, autora do livro “Filhos e Alunos sem Limites: Um Desafio para Pais e Professores” (Editora WAK) ao lado de Lucy Silva. Dica: Não coloque a recompensa como um prêmio, mas saiba reconhecer a boa conduta da criança com palavras. Presentes não são proibidos, mas o psicólogo e terapeuta familiar João David Cavallazzi Mendonça sugere dá-los só às vezes. 4. Não dê ordens dúbias para a criança Para o psicoterapeuta e educador Leo Fraiman, os pais que não decidem juntos os padrões da educação do filho cometem um grande erro. Se a mãe diz que o filho não deve ir dormir mais tarde em dia de jogo do time preferido e o pai acaba deixando, a criança não irá entender o que deve fazer. Dica: Os pais devem decidir as regras a dois – e cumpri-las. 5. Seja firme e paciente Frustrar a criança a ajudará a lidar com as adversidades da vida no futuro. “Dizer ‘não’ é prerrogativa e obrigação dos pais quando necessário”, diz Caio Feijó. Portanto, os pais devem ser firmes em suas ações e não deixar para resolver um problema depois que ele já passou. Resolver de cabeça quente também não adianta: diante de um comportamento inadequado, insista e, se necessário, conte até mil. Mas sempre evite dizer que a criança é malcriada e não faz nada direito. Dica: “É mais seguro sugerir que aquilo que ela fez foi errado e é melhor não se repetir”, diz João David. 6. Não se prolongue demais nas explicações De acordo com Regina Mara Conrado, é importante pontuar o porquê dos limites, mas não é necessário contar uma novela enquanto a criança reluta. “Se os pais se estendem na justificativa, acabam se perdendo e cedem à insistência da criança”, diz. Dica: Seja claro e objetivo sobre por que a criança ouviu um “não”, mas adapte a explicação à capacidade de compreender dela. 7. Não insista se não tiver razão Existem coisas que não se obriga. Se seu filho não gosta das aulas de judô, não há razões para insistir. Dora Lorch recomenda aos pais perceber quando a criança precisa de acolhimento em vez de imposição. Ela pode estar sendo intransigente por estar sofrendo bullying na escola, por exemplo. Dica: Esteja próximo a seu filho para saber diferenciar indisciplina de apreensão.

sexta-feira, 21 de março de 2014

“Pedido de uma criança a seus pais” “Não tenham medo de ser firmes comigo. Prefiro assim, isso faz com que eu me sinta mais segura. Não me estraguem, sei que não devo ter tudo o que peço, só estou experimentando vocês. Não deixem que eu adquira maus hábitos, dependo de vocês para saber o que é bom ou mau. Não me corrijam com raiva, aprenderei muito mais se falarem com calma e em particular. Não me protejam das conseqüências dos meus erros, às vezes, eu preciso aprender pelo caminho mais áspero. Não façam promessas que não possam cumprir mais tarde; lembrem-se de que isto me deixará profundamente desapontada. Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo, isto me afastará dele. Não me desconversem quando eu faço perguntas, senão eu procurarei nas ruas as respostas que não tenho em casa. Não se mostrem para mim como pessoas perfeitas e infalíveis, senão ficarei extremamente chocada quando descobrir algum erro de vocês. Não digam que não conseguem me controlar, eu julgarei que sou mais forte do que vocês. Não me tratem como uma pessoa sem personalidade, lembrem-se de que tenho o meu próprio modo de ser. Não viva me apontando os defeitos das pessoas que me cercam, pois isto criará em mim, desde cedo, um espírito intolerante. Não queiram me ensinar tudo de uma vez, nem desistam nunca de me ensinar o bem, mesmo que eu pareça não estar aprendendo. No futuro, vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram, ou então, daquilo que não plantaram.” (autor desconhecido)

quinta-feira, 13 de março de 2014

PARA REFLETIR: A criança terceirizada: as confissões das babás! Publicado em março 7, 2014 por danipeternel Nem preciso dizer que o maravilhoso – e indevassável – mundo das pracinhas e parquinhos vira uma árdua rotina de quem se torna mãe ou pai. Faz parte do pacote. O que ninguém conta é que qualquer observador um pouco mais atento repara que este mundo mostra um retrato fiel de como as futuras gerações estão se formando. Confesso que no início me sentia meio acuada nesses locais – não que agora esta situação tenha mudado, simplesmente me acostumei a ela. Era como se houvesse um Exército dos Clones, aquele do filme Guerra nas Estrelas, só que encarnado em dezenas de mulheres vestidas de branco, todas vindo na minha direção. A maioria me olhava com olhos de indignação, do tipo “o que você está fazendo aqui?”. Até que, certo dia, uma delas veio falar comigo: “Quem cuida dele?”, disse a babá, apontando para meu filho. “Eu. Sou a mãe dele”, respondi, meio sem jeito. “Ele parece bem cuidado, quem diria, hein… A senhora não tem ajuda? Não acredito que cuida dele sozinha…” Fiz cara de quem não entendeu nada. A babá estava indignada, veja você, como uma mãe poderia cuidar bem do filho. Ela começou a me contar, então, o que já havia presenciado nas casas em que trabalhou – todas de classe média alta, na zona sul do Rio de Janeiro. Histórias de arrepiar os cabelos. Crianças totalmente abandonadas nas mãos das babás desde recém-nascidas, quando já saem desmamadas da maternidade. Pais que nunca deram um banho nos filhos, não dão remédio, nem comida. Descobri, literalmente, um universo de crianças ricas, órfãs de pais vivos. E que tinham atenção, afeto, e seus cuidados básicos garantidos por aquelas mulheres, capazes de amar os filhos dos outros como se fossem os seus. Muitas, aliás, deixam seus próprios filhos pequenos abandonados nas mãos de terceiros para cuidar das crianças dos patrões. Perdem até seus nomes: respondem apenas pela alcunha de “babá”. Verdade seja dita: existem aquelas que não são tão caprichosas; algumas são rudes e tem atitudes questionáveis com as crianças. Mas é assim que se comportam nas suas casas. Foi assim que aprenderam a educar. E quem delega seu filho, deveria saber disso. Passei a entrevistar várias delas. Fiz das minhas idas às praças uma espécie de trabalho investigativo. Abaixo, selecionei algumas frases que ouvi (os nomes foram trocados para preservar a identidade das babás e das crianças). Leia com calma antes de julgar esta ou aquela babá. E questione, principalmente, de que maneira estão agindo os pais destas crianças. Apontar o dedo para uma babá é fácil – difícil é descobrir onde está a responsabilidade das pessoas que colocaram aquela criança neste mundo. “Pedrinho, a babá aqui vai tirar uns dias de folga. Por favor, querido, não dê trabalho aos seus pais. Vou rezar muito para eles não brigarem nem baterem em você. Tchau, te amo.”, Maria, babá de Pedro, 2 anos. “Caio não come há uma semana. É que a babá dele tirou férias e ele só come com ela.”, Carla, babá-folguista de Caio, 5 anos. “Segunda-feira é sempre assim: pego a Erika toda assada, em carne viva. Os pais dela não trocam muito a fralda no final de semana, sabe como é, têm preguiça ou esquecem. E a bichinha fica assim, toda machucada. Coitadinha”, Paula, babá de Erika, 1 ano. “Pois é menina, já tive que levar o Eduardo para a emergência do hospital por causa dessas assaduras, acredita? A mãe dele até hoje não entendeu o que houve”, Josefa, babá de Eduardo, 1 ano. “Preciso correr, pois hoje tenho reunião na escola da Paula e depois tenho que levá-la ao pediatra. A mãe dela? Ah, ela é muito ocupada e não tem tempo. Eu cuido dela muito direitinho, viu?”, Irani, babá de Paula, de 3 anos. “Neste fim de semana, levei o Antônio lá para minha casa, no morro. Teve tiroteio, ficamos trancados no quarto. Já cansei de ter que levar criança de patrão para a favela, mas não tem jeito, os pais mandam. A mãe do Antônio disse para eu levar o menino, pois ela iria sair e não tinha quem ficasse com ele.”, Fernanda, babá de Antônio, 4 anos. “Ontem eu estava indo embora e, antes de pegar o trem, meu coração apertou. Resolvi voltar e peguei Francisco sozinho, vendo televisão no apartamento, acredita? A mãe dele foi comprar pão e deixou o menino lá. E a janela nem tem grade!”, Marlene, babá de Fracisco, 5 anos. “Não, Luana, querida, a babá não pode entrar na piscina com você, muito menos usar roupas de banho. Aqui no condomínio, é proibido. Tenho que ficar do lado de fora, só olhando.”, Cristina, babá de Luana, de 3 anos. Para reflexão, deixo aqui um trecho do livro A Criança Terceirizada, do pediatra José Martins Filho: “Em nossa sociedade já não se pode falar em patriarcado e matriarcado. O que temos realmente, salvo exceções interessantes, é a ausência de definições de papéis, de quem assume o que em relação à família ou aos filhos. As pessoas vivem com medo de ser criticadas, de assumir que tiveram a coragem de fazer uma opção pela família. O que se propõe? A volta da mulher à condição de dona de casa e rainha do lar? Claro que não, o que se propõe é a conscientização da paternidade e maternidade. Crianças choram a noite, nem sempre dormem bem, precisam de cuidados especiais, de limpeza, de banho, alimentação, ser educadas e acompanhadas até idade adulta. Será que todos os seres humanos precisam ser pais? Sejamos sinceros, nem todo mundo está disposto a arcar com esse ônus. Talvez seja melhor adiar um projeto de maternidade, e mesmo abrir mão dessa possibilidade, do que ter um filho ao qual não se pode dar atenção, carinho e, principalmente, presença constante.” • Mariana Sgarioni É jornalista e já passou por veículos como Superintessante, Folha de São Paulo e Cláudia, entre outros. Paulista, atualmente mora no Rio de Janeiro e divide-se entre as reportagens, a criação de Benjamin, de 3 anos, e a gravidez da pequena Stella, que deve chegar em julho.